domingo, 17 de abril de 2011

Pesquisa afirma que carinho da mãe na infância ajuda na vida adulta

Por: Vanessa Cicatti

Um estudo realizado nos Estados Unidos indica que pessoas que recebem bastante carinho de suas mães quando bebês são mais capazes de lidar com as pressões da vida adulta.

Divulgada pela publicação científica Journal of Epidemiology and Community Health, a pesquisa foi feita com 482 moradores de Rhode Island, que foram avaliados quando crianças e na vida adulta.

De acordo com os cientistas, os abraços, beijos e declarações de afeto da mãe aparentemente têm efeito em longo prazo e tendem a gerar um vínculo sólido com o bebê, contribuindo assim para sua saúde emocional no decorrer da vida.

Para os pesquisadores, o vínculo sólido entre mãe e bebê não só diminui o estresse da criança, como também a ajuda no desenvolvimento de recursos que a auxiliarão em suas interações sociais e na vida de maneira geral.

Como parte do estudo, psicólogos avaliaram a qualidade das interações entre mães e seu bebê de oito meses durante uma consulta de rotina. O psicólogo analisou quão bem a mãe respondia às emoções e necessidades da criança, atribuindo uma "nota de afeição" à mãe baseada nas características da interação.

Do total de 482 casos, uma em cada dez mães apresentou níveis baixos de afeição em relação ao bebê; enquanto a maioria (85%) demonstrou níveis normais de afeição. Para surpresa, somente 6% mostraram níveis bastante altos.

Trinta anos mais tarde, os pesquisadores entraram em contato com as crianças, agora adultos e as convidou a participar de uma pesquisa sobre seu bem-estar e emoções. Eles preencheram questionários que incluíam perguntas sobre sintomas específicos, como ansiedade e hostilidade, e também sobre níveis gerais de estresse.

Ao analisar os dados, os pesquisadores verificaram que as crianças cujas mães se mostraram mais afetuosas aos oito meses de idade apresentavam os menores índices de ansiedade, hostilidade e perturbação geral.

Houve mais de sete pontos de diferença nos índices de ansiedade entre os participantes cujas mães haviam mostrado níveis baixos ou normais de afetividade e aqueles cujas mães mostraram níveis altos de afetividade.

A equipe de pesquisadores concluiu que crianças que receberam grandes doses de afeição das mães se revelaram mais capazes de lidar com todos os tipos de estresse.

Em particular, participantes cujas mães eram calorosas pareceram lidar melhor com a ansiedade do que os que tinham mães frias. Além disso, a equipe acrescenta, no entanto, que a influência de outros fatores, como personalidade, criação e escolaridade, não pode ser excluída.

Especialistas ressaltam, no entanto, que é importante saber quando parar: o excesso de afeto maternal, especialmente se a criança já está mais crescida, pode ser perturbador e embaraçoso para ela.

Fonte: BBC Brasil

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