quinta-feira, 14 de abril de 2011

Argh!!! Legumes

Por: Vanessa Cicatti

Careta, cara feia e um sonoro ARGH!!! são bastante comuns quando os legumes fazem parte da refeição de uma criança. Raros são os casos de crianças que imploram para a mãe comprar chicória, como o garotinho do comercial de TV.

Mas por que os legumes causam tanta aversão nas crianças? Será que há algum segredo para que seu filho sorria ao ver um prato de legumes? Venha descobrir com a gente!

O mistério sobre o ódio aos legumes

Certamente muitos pais vivem tentando descobrir qual o segredo que faz com que crianças odeiem os legumes.

Para desvendar esse mistério, conversamos com a nutricionista Rita Maria Monteiro Goulart. De acordo com ela, “podem ser vários os motivos que levam as crianças a não gostarem de comer verduras e legumes, mas acredito que o principal é a falta de estímulo por parte dos pais. Pesquisas têm revelado que estes alimentos são oferecidos tardiamente na alimentação da criança. O ideal seria oferecer verduras e legumes nas primeiras refeições oferecidas para as crianças, normalmente por volta dos 6 meses”.

Dessa forma, os pais devem incluir os “temidos” legumes, frutas e verduras na alimentação das crianças desde as primeiras papinhas, pois assim tornam o consumo desses alimentos um hábito e não uma “tortura”.

“O hábito alimentar se forma a partir das experiências que a criança tem ao longo de sua vida, o que ocorre desde os primeiros alimentos que recebe. Também o comportamento alimentar da família e especialmente da mãe vão influenciar definitivamente o comportamento da criança em relação à alimentação”, comenta Rita Goulart.

Por esse motivo, mamães e papais, observem bem se os seus hábitos alimentares são os responsáveis para o “ódio aos legumes”. Coloquem no seu prato os mesmos alimentos oferecidos no prato do seu filho, sempre dando reforço positivo em relação a tudo o que é oferecido.

A força dos legumes

É importante deixar claro para a criança que os legumes são importantes para a saúde, deixando-os fortinhos para poder crescer.

E, a tática de camuflar as verduras e os legumes nas receitas não é a forma de garantir que a criança receba os nutrientes desses alimentos. Rita Goulart ressalta que “os alimentos não devem ser ‘camuflados’, para que a criança não saiba o que está comendo. Pelo contrário, os alimentos devem estar ‘separados’, para que a criança tenha a oportunidade de apreciar o sabor que cada alimento proporciona”.

Segundo a nutricionista, para incentivar o consumo de verduras e legumes “os pais devem consumir verduras e legumes diariamente e reforçar o quanto estes alimentos são ‘gostosos’, o quanto são ‘bons’ para promover o crescimento. A criança costuma imitar os pais, e esta pode ser uma excelente oportunidade de aprendizado”.

Além disso, as verduras e os legumes podem ser preparados de diferentes maneiras, como, por exemplo, em forma de suflê, saladas variadas e bolinhos, pois toda criança gosta de “experimentar” novidades.

Para a nutricionista, a criatividade no momento do preparo dos alimentos é a chave para fazer com que o seu filho aprecie os legumes da mesma forma que os doces e salgadinhos. “Crianças gostam de experimentar novidades. Assim, é evidente que a oferta de verduras e legumes em diferentes preparações serve de estímulo para a criança. Basta observarmos os alimentos destinados ao público infantil. As indústrias de alimentos para este segmento usam e abusam da criatividade para atrair a atenção das crianças e cultivar este público, gerando até mesmo uma nova categoria de alimentos, conhecida como ‘alimentos divertidos’. Exemplo: a estampa de figures de ‘super-heróis’ em alguns biscoitos”.

Informações do especialista:

Rita Maria Monteiro Goulart é formada em nutrição pela Universidade de Mogi das Cruzes. É mestre e doutora em Saúde Pública.

Consultório:

Rua Taquari, 546 – Móoca– São Paulo – SP - Tel.: 11 6099-1830

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