terça-feira, 5 de abril de 2011

Brincar é coisa séria

Por: Vanessa Cicatti

Pouco tempo atrás brincar era algo desvinculado de importância. Entretanto, após a realização de estudos desenvolvidos por renomados pesquisadores descobriu-se que brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. 

De simples diversão a algo muito importante 
Infância feliz certamente é aquela recheada de jogos e brincadeiras. Brincar deixou de ser apenas uma simples diversão, a partir do momento em que alguns teóricos passaram a estudar a influência e a importância de brincar para o desenvolvimento da criança. 

Esses estudos evidenciaram que brincar é imprescindível para a formação do caráter e da personalidade da criança, principalmente na faixa etária que abrange a educação infantil.

A psicopedagoga e psicóloga Eliane Pisani Leite explica que “hoje, com os novos estudos científicos, sabemos que toda brincadeira tem um conteúdo emocional que é trabalhado durante o ato de brincar. Antigamente, essa consciência não existia. Atualmente, sabe-se que a criança constrói seu conhecimento com brincadeiras, jogos, jogos dramáticos e jogos com regras”.

Atualmente, muitos pais, ao verem seus filhos brincando, se questionam se deveriam deixá-los sem fazer nada, pois desconhecem o fato de que “brincar é a forma natural de a criança vivenciar todos os acontecimentos do seu dia-a-dia e até mesmo compreender o mundo que a cerca”, explica a psicopedagoga.

Brincar é o trabalho da criança
Brincar é uma importante maneira de a criança se relacionar e conhecer o mundo. Além de propiciar prazer, o ato de brincar é fundamental para o desenvolvimento, uma vez que é por meio das brincadeiras que as crianças representam papéis, imitam, comunicam-se e desenvolvem a atenção e a imaginação.

Eliane Leite explica que “brincar é o trabalho da criança, pois ela o faz para aprender, ganhar experiência, desenvolver-se e exercitar sua criatividade. É durante as brincadeiras que a criança começa a identificar seus sentimentos: amor, raiva, agressividade. Nos jogos, ela aprende a competir, suportar embates e perseverar, até alcançar seus objetivos”.

Brincar é algo inerente ao ser humano. Quando brinca, a criança não apenas se diverte, mas também se desenvolve enquanto pessoa. Ou seja, aprende a ser social, já que brincar não é simplesmente um ato comum, mas algo bastante complexo, carregado de valores, de finalidades éticas, que vão contribuir e também determinar o desenvolvimento da personalidade da criança, de sua identidade, do sucesso de seus relacionamentos sociais, de sua convivência com as conquistas e frustrações e de sua capacidade de lidar com a diversidade de sentimentos com os quais irá se deparar a todo instante em seu dia-a-dia durante toda sua existência. Ou seja, brincar é algo muito mais sério do que se imaginava!

Por isso, pais, deixem seus filhos brincar à vontade! Brincar vai além do ato de recrear-se. Inibir isso pode prejudicar seu filho, comenta Eliane Leite, porque “a criança que não tem uma infância recheada de brincadeiras pode ter seu desenvolvimento afetado. Ela não deve “pular” etapas importantes, pois só com os jogos de faz-de-conta  poderia ter elaborado as situações que internalizou durante sua vida”.


Informações do especialista:
Eliane Pisani Leite é psicóloga,  psicopedagoga e acupunturista. É especialista em psicodiagnóstico, distúrbios de aprendizagem, psicossomatia, transtornos de personalidade, ludoterapia (terapia infantil) e terapia floral. Também  é autora do livro “Pais EducAtivos”.
Consultório:
Rua Dr. João Batista Soares de Faria, 101 – Santana – São Paulo – SP.
Tel.: 11 2959-3222

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