quinta-feira, 7 de abril de 2011

No mundo da imaginação


Por: Vanessa Cicatti

Não se espante se de repente seu baixinho começar a falar com personagens que só existem na imaginação dele. Fique tranqüila, mamãe! Seu filho não está sofrendo de nenhum distúrbio psicológico. Ele simplesmente tem um amigo imaginário!


Amigo imaginário? Como assim?

Por volta dos 2 ou 3 anos algumas crianças começam a falar com personagens que

existem apenas em sua imaginação ou com bichinhos de pelúcia, bonecos e até

mesmo com super-heróis de seus programas favoritos.


No mundo da imaginação esse amiguinho faz companhia e compartilha com a criança os momentos de tristeza e alegria, fazendo-se presente em inúmeras situações de seu cotidiano. Algumas crianças contam aos pais sobre a existência desses amigos imaginários e pedem que os adultos tratem o “amigo invisível” como alguém da família.


Muitos pais se perguntam: Por que crianças criam amigos imaginários? A psicóloga Juliana Morillo explica que, “à medida que a criança vai se desenvolvendo, adquire mais condições físicas e emocionais para lidar com o mundo dos adultos. Como tudo isso acontece de uma forma gradativa, a fase da imaginação funciona como um treinamento para sua convivência no mundo real”.


No entanto, não é fácil para pequenos de 2/3 anos de idade fazer amiguinhos, lidar com pessoas “estranhas”, sentir medos e frustrações. Por essa razão, muitas vezes, é por meio da imaginação que a criança encontra segurança em seu crescimento. É neste ponto que acontece a criação dos amigos imaginários.


Geralmente, o amigo imaginário surge por volta dos 2 anos de idade e, normalmente, perdura até os 6/7 anos. Entretanto, é importante ressaltar que nem todas as crianças criam amigos imaginários, pois isso depende muito da personalidade e das vivências de cada uma delas.  


Como lidar com o amigo imaginário!

Na maioria das vezes os amigos imaginários surgem quando ocorrem mudanças no dia-a-dia do baixinho, exigindo o desprendimento de alguns hábitos e o desenvolvimento de novas habilidades rumo ao seu crescimento e autonomia, como, por exemplo, largar a mamadeira, a fralda ou a chupeta, bem como adquirir controle de sua higiene ou mesmo ir à escolinha. Além disso, a chegada de um irmãozinho, a perda de um dos avós e a mudança da creche para a escolinha podem ser vivenciados com sentimentos de ansiedade e desamparo pela criança.


Disponíveis a qualquer hora do dia, os amigos imaginários servem como exercício para as crianças compartilharem seus segredos e suas vivências no dia-a-dia.

Para lidar com isso “primeiramente, os pais devem entender como normal a ideia de que seu filho tem um amigo imaginário. Deve-se tratar desse acontecimento com muita naturalidade. O importante é não se esquecer de que se trata de um amigo imaginário, que deve ser tratado como tal, e nunca como uma pessoa real”, explica a psicóloga.


Portanto, é importante permitir que a criança fantasie e crie, e que os pais participem de toda essa “brincadeira”, que dá muitas pistas de quais são os temores e as vontades da criança.


Informações do especialista:

Juliana Morillo é psicóloga formada pela Universidade Mackenzie e pós-graduada em Terapia de Casais e Família pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Consultório:

Rua Padre Estevão Pernet, 346 – Tatuapé – São Paulo – SP.

Tel.: 11 2093-9534

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