quarta-feira, 13 de abril de 2011

A ARTE DE SER MÃE…E PROFISSIONAL

Por: Vanessa Cicatti

Exercer os papéis de profissional e mãe é um grande desafio, já que deixar o bebê em casa para voltar ao trabalho pode deixá-la em constante conflito. Mas fique tranquila, pois existem formas de ajeitar a vida, amenizar esses sentimentos e dar conta de tudo!


Voltando ao trabalho


A gestação chegou ao fim e você passou meses se dedicando intensamente ao seu anjinho.

Inevitavelmente, o sentimento de apego cresceu a cada dia.


Quando você menos percebe, o período da licença maternidade está chegando ao fim e em pouco tempo você estará de volta ao trabalho. E não tem jeito. A proximidade dessa “separação” aflora dois sentimentos contraditórios: desejo de retomar a carreira profissional e vontade de permanecer o tempo todo com seu bebê. Mas, não comece a se descabelar por conta disso. Com a ajuda de seu parceiro e com um bom planejamento, dá para iniciar essa nova fase com tranquilidade e sem sobressaltos.


A psicóloga Sônia Maria Souza Santos Ribeiro Nogueira explica por que a volta ao trabalho após a gestação é tão difícil para as mulheres. “A gravidez é um período em que a mulher se prepara para receber seu filho e é natural que fique envolvida com a maternidade, sobretudo a partir do nascimento do bebê. Trata-se de uma relação nova, que se constrói aos poucos e que consome bastante tempo da mãe. A necessidade e/ou desejo da mãe para retornar a seu trabalho significa uma perda nesse relacionamento, mesmo que a mamãe tenha que se ausentar por poucas horas.


Em geral, esse afastamento gera uma culpa na mãe por deixar seu filho, ainda que saiba que ele está em boas mãos. Muitas vezes a mãe demora um tempo para se adaptar a essa nova rotina e passa por momentos de angústia, gerados pela situação de afastamento do bebê, com quem ela ficou a maior parte do tempo durante a licença maternidade”.


Surge a supermãe


Engana-se muito quem pensa que o papel de mãe e profissional são incompatíveis, muito pelo contrário.


Para a psicóloga Cibele Martins incompatíveis. É possível que eles interajam, e que a mulher seja uma profissional competente e uma boa mãe. Mas, sem generalizarmos, algumas pessoas podem achar que são incompatíveis. Há mulheres que após uma avaliação podem abrir mão de algum desses papéis, exercendo apenas o papel de mãe, ou focando na questão do papel profissional”. Entretanto, “nos dias de hoje, em que o salário da mulher ajuda a compor o orçamento familiar, ela pode muito bem conciliar os dois papéis, ainda que isto lhe gere algum desgaste, na maioria das vezes. É importante que a mulher aprenda a contar com seu cônjuge, como parte de Oliveira Marras, “o papel de mãe e de profissional não são fundamental na criação dos filhos e não tentar fazer tudo sozinha, pois isso gera prejuízos desnecessários para todos”, ressalta Sônia Nogueira.


Segundo Cibele Marras, o segredo para dar conta do papel de mãe e profissional, sem prejudicar nenhum dos lados está no equilíbrio entre a função materna e o exercício profissional. “A mulher precisa estar realmente presente quando estiver com o bebê e também focada no trabalho quando estiver em compromissos profissionais”, afirma.


Para alcançar esse equilíbrio, a mulher deve, em primeiro lugar, respeitar os próprios limites, reconhecendo que não é “superpoderosa” como as personagens das histórias em quadrinhos.


Para conciliar os dois papéis, Sônia Nogueira dá uma dica muito importante para as mães, “na medida em que a mulher aceita a participação do marido nesse processo, passa a ter mais liberdade para cuidar de outros aspectos de sua vida, inclusive profissional. O que ocorre, muitas vezes, é que a própria mulher boicota a participação do marido e, querendo fazer tudo sozinha, acaba se atrapalhando e esquecendo-se até de si mesma”.


Volte ao trabalho sem culpa


Após meses de dedicação em tempo integral ao bebê, voltar ao trabalho deixa a maioria das mães com sentimento de culpa e remorso por “abandonar” o filho. Mas mamãe, saiba que é absolutamente normal se sentir culpada, angustiada e indecisa.


Sônia Nogueira explica que esses sentimentos afloram porque “a volta ao trabalho representa, de certa forma, uma interferência no vínculo que está se consolidando entre mãe e filho. A mamãe, que até agora podia ficar em tempo integral com o bebê, terá que se dividir e deixá-lo aos cuidados de terceiros. Isso pode gerar nela temores de que seu filho possa sofrer com sua ausência, por não ser adequadamente atendido em suas necessidades ou gerar uma angústia por não estar cumprindo integralmente sua função de mãe”.


Para driblar esses sentimentos, é importante que a mulher se prepare antecipadamente para esse inevitável momento. Durante a gravidez faça um planejamento de como será a vida após a volta ao trabalho, determinando, por exemplo, quem vai cuidar do bebê, se ele ficará em um berçário ou na casa dos avós etc. Se você conseguir planejar todas essas coisas, certamente conseguirá enfrentar a tensão e os medos inevitáveis dessa separação sem muitos problemas.


Entretanto, Sônia Nogueira ressalta que “quanto mais a mulher se perceber e se respeitar como ser humano que também tem necessidades e desejos legítimos que vão além da maternidade e da função de mãe, mais liberdade terá para atender outros aspectos de sua vida, como por exemplo, o seu trabalho, e ficará mais inteira tanto em sua vida profissional, quanto nos momentos em que estiver cuidando do filho.


O apoio do marido neste momento de volta ao trabalho também é muito importante e pode ajudá-la a diminuir a culpa e a desfrutar com mais alegria tanto o trabalho, quanto a maternidade”.


Informações dos especialistas:

Sônia Maria Souza Santos Ribeiro Nogueira é psicóloga, formada pela Faculdade Objetivo. É psicoterapeuta de adultos (individual, grupo e casal).

Consultório:

Av. dos Eucaliptos, 300 – Moema – São Paulo – SP

Tel.: 11 5561-3950

Cibele Martins de Oliveira Marras é psicóloga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É especializada em

Psicologia Clínica Hospitalar pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Consultório:

Rua Conde Sílvio Álvares Penteado, 72 – Pinheiros – São Paulo – SP

Tels.: 11 3097-8328 e 3097-9642

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