É fato que a educação é uma das principais responsáveis pela evolução dos processos de desenvolvimento humano. Mas quando juntamos educação e brincadeira, seu papel na vida das crianças se torna ainda mais importante, pois há muito tempo brincar deixou de ser simplesmente um passatempo na vida delas.
Acompanhe a seguir como a educação e a brincadeira juntas podem transformar a vida do seu filho.
O papel da brincadeira na educação infantil
Para estudiosos em educação, como Jean Piaget, Henry Wallon e Lev S. Vygotsky, o ato de brincar tem um papel decisivo no desenvolvimento humano da criança, uma vez que contribui para o seu amadurecimento e seu aprendizado.
Ao brincar, a criança desenvolve suas habilidades de forma natural, ou seja, sem cobranças ou medo, e com prazer. Dessa forma, aprende a se socializar com outras crianças, além de desenvolver a mente, a criatividade e a motricidade.
De acordo com a educadora artística Cássia Urbano Gallo, e a pedagoga Maria Jacinta Antonia Rossetti, “é indiscutível a importância do brincar na formação das crianças, pois a brincadeira é mais uma linguagem do desenvolvimento infantil e é realizada de diferentes formas: tanto de forma cooperativa como individual”.
Além disso, brincar “também é um exercício de observação, pelo olhar, que possibilita o uso da imaginação. Ao brincar, a criança cria e recria, desenvolve e enriquece a expressão individual e em grupo. Por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras ela desenvolve a linguagem, o pensamento, a iniciativa, a auto-estima, a autonomia, a interiorização de valores e a socialização, o que facilita sua participação no contexto social”, afirmam Cássia e Maria Jacinta.
Embora a brincadeira ajude no aprendizado e no desenvolvimento da criança, ela não deve ser utilizada como didática de ensino. Afinal, “o brincar é um caminho para a criança aprender, dessa forma ela capta novos conceitos, novas informações, porém isso não deve ser transformado em um método de ensino, e sim em uma abordagem que possibilita muitas aprendizagens”, explica a pedagoga.
Segundo os estudos do psicólogo Vygotsky, por meio das brincadeiras a criança reorganiza suas experiências e, ainda, se a escola oferece espaço para a brincadeira oferecerá oportunidade à criança para a (re)construção do conhecimento.
“O fato é que a criança que não brinca, que não interage, terá dificuldade de transformar a si e o espaço que a cerca. Por essas razões, nas escolas de Educação Infantil o brincar conquistou seu espaço definitivo”, explicam Cássia e Maria Jacinta.
O certo é que brincar é criar, tomar iniciativas, aprender regras e limites para que o jogo funcione, desenvolvendo a concentração, a coordenação motora e as habilidades cognitivas.
A importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil
Brincar é essencial para a saúde física e ajuda na formação corporal, mas não deixa de ser também uma forma de lazer, o que é muito importante para o equilíbrio emocional.
Para a pedagoga, “um dos papéis mais importantes da brincadeira é a possibilidade que a criança tem de tomar decisões, combinar regras, argumentar e negociar posições e funções, tendo liberdade e prazer para agir sobre situações significativas para si. Sendo assim, a criança aprende a verbalizar e internalizar novos comportamentos, compreendendo o outro e desenvolvendo a si mesma”.
“Por meio das brincadeiras podemos perceber idéias, valores, estágios de desenvolvimento, comportamentos e conflitos, principalmente quando as brincadeiras são espontâneas. Esses momentos são preciosos para o professor observar, perceber e investigar como as crianças organizam suas brincadeiras, quais os papéis que vão representar, quais materiais vão utilizar. Seu papel é fundamental na mediação das informações, levando a criança a refletir e construir seu conhecimento”, acrescenta a educadora artística.
Assim, quando a brincadeira é feita de forma dirigida, tendo princípios e propósitos claros, promove aprendizados mais específicos nas diferentes áreas, tais como a matemática, a linguagem, a história etc., contribuindo para as áreas cognitivas, afetivas, motriciais, da linguagem, moral e social.
Aprender brincando é mais fácil
A brincadeira na sala de aula e na escola são bem diferentes do que aquela que acontece em casa, nos parques ou na casa da vovó.
O brincar realizado na escola é muito diferente das brincadeiras que acontecem na família, pois na escola existe a preocupação em promover atividades que favoreçam o envolvimento e as necessidades dos alunos, principalmente as que possibilitam a criação de situações imaginárias e criativas.
Considerando essa diferença, “ao brincar e se tornar agente ativo do seu próprio desenvolvimento, a criança aprende mais sobre si mesma, sobre o mundo e amplia sua capacidade de interação, aprendendo a lidar com limites e regras. Além disso, tem a oportunidade de elaborar hipóteses para resolver problemas apresentados pelo brincar; experimenta emoções; trabalha com a autoconfiança; reforça o lado afetivo e, ainda, tem a oportunidade de desenvolver a linguagem e a narrativa”, acrescentam as especialistas.
Resumindo: quando a criança aprende por meio da brincadeira, absorve com mais facilidade o que foi ensinado.
Informações do especialista:
Cássia Urbano Gallo é formada em Educação Artística e especializada em Psicopedagogia pelo Instituto Sedes Sapientiae. Foi professora de Educação Infantil e Orientadora do Projeto Criação e Socialização do Núcleo de Projetos do Ensino Médio da Escola Pueri Domus.
Cássia Urbano Gallo é formada em Educação Artística e especializada em Psicopedagogia pelo Instituto Sedes Sapientiae. Foi professora de Educação Infantil e Orientadora do Projeto Criação e Socialização do Núcleo de Projetos do Ensino Médio da Escola Pueri Domus.
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