Por: Vanessa Cicatti
A revista científica The Lancet publicou um estudo realizado por cientistas norte-americanos que liga a boa nutrição até os três anos de idade a uma renda mais alta na fase adulta.
A pesquisa comparou a situação financeira e profissional de 1,5 mil pessoas entre 25 e 42 anos na Guatemala com dados colhidos quando elas eram bebês. A pesquisa realizada durante 1969 e 1977 analisou o efeito do consumo de proteínas no desenvolvimento mental e físico de crianças de quatro vilas do país. Nesse estudo, as cidades foram divididas em dois grupos: um recebeu um suplemento nutritivo líquido e o outro, um placebo.
Cientistas norte-americanos da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, obtiveram dados econômicos recentes de 60% das pessoas que participaram dessa pesquisa e cruzaram as informações das duas pesquisas.
O resultado indicou que os homens que consumiram o suplemento nutritivo até os três anos de idade tinham um salário 46% maior do que os que haviam consumido o placebo.
Para obter dados precisos, os cientistas consideraram fatores que poderiam influenciar no resultado como a qualidade das escolas e a localização das cidades.
John Hoddinott, chefe do estudo, ressalta que a principal influência da boa nutrição sobre os salários na fase adulta não está relacionada com o crescimento físico, mas com a melhoria na atividade cerebral, porque quando crianças novas ficam subnutridas sofrem com sérios efeitos, capazes de retardar o crescimento e afetar o desenvolvimento do cérebro.
Os cientistas suspeitam que a diferença na capacidade cognitiva das crianças bem nutridas é crucial para os resultados da pesquisa. Por essa razão, acreditam que os investimentos em nutrição na infância poderiam se tornar fator importante no crescimento econômico de um país.
Fonte: BBC Brasil
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