quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não basta ser pai, tem de participar!

Por: Vanessa Cicatti


Fala-se muito sobre a importância da relação mãe e filho. Mas e o pai, como fica nesse meio?


Bom, para início de conversa vale lembrar que a presença do pai na vida da criança é tão importante quanto a da mãe. A única diferença é que ele não pode carregar o bebê por nove meses em seu ventre, nem amamentá-lo. Do contrário, pode e deve fazer pela criança o mesmo que a mãe. Afinal, como diz o ditado, “não basta ser pai, tem de participar!”.


Cada um no seu lugar


Cada um dois pais exerce um papel fundamental no desenvolvimento, educação e formação de uma criança; e não é porque ele não pode gerar ou nutrir uma criança que passa a ter uma participação secundária na vida do filho. E ao contrário do que muitos pensam, o pai tem um papel fundamental no desenvolvimento do filho desde a gestação, uma vez que já foi comprovado que todas as emoções vividas pela mãe durante a gravidez influenciam diretamente o desenvolvimento da criança. Dessa forma, quando a mãe está feliz, triste, nervosa ou tranqüila, o bebê também recebe esses estímulos. Portanto, o pai deve participar ativamente desse período, acompanhando todo o desenvolvimento, as consultas do pré-natal e obtendo informações de como será a nova vida com a chegada do bebê.


Poucas pessoas sabem que “o papel do pai é de fundamental importância, pois representa o corte do vínculo do cordão umbilical com a mãe. Por meio do pai, a criança pode entender melhor que a mãe é uma pessoa diferente dela, pois muitas vezes a mãe deixa o ‘cordão umbilical’ (vínculo) prevalecer até a fase adulta do filho. O pai vem justamente ajudar nessa condição que, muitas vezes, não é saudável para a criança. Além do mais, o pai representa o limite, traz segurança e representa um terceiro na hora de decisões”, explica a psicopedagoga Eliane Pisani Leite.


Trocando em miúdos, isso quer dizer que cada um dos pais tem um lugar específico na vida da criança, o que é de suma importância para seu desenvolvimento.


Pai ausente = problemas emocionais


Como vimos, a presença do pai é fundamental para a criança e sua ausência pode trazer problemas emocionais.


Em alguns casos, essa ausência é definitiva, como no caso de morte ou de o pai não assumir a paternidade. Aí, resta à mãe trabalhar esse contexto com a criança desde cedo. É importante contar a ela, utilizando uma linguagem apropriada para a idade, o que houve e como o restante da família enxerga a situação, procurando minimizar o sentimento de rejeição.


Entretanto, é sempre muito importante que o pequenino tenha uma figura masculina presente em seu convívio, seja ela o novo companheiro da mãe, um tio, amigo ou avô, para que ele também tenha acesso ao modelo masculino.


Geralmente, quando o guri não tem esse modelo pode passar por situações de não reconhecimento do gênero, ou seja, não sabe distinguir se é menina ou menino, pois não têm parâmetros. Nesses casos, é muito comum meninos adotarem trejeitos femininos ou até preferências culturalmente femininas, porque simplesmente não sabem o que é ser menino ou o que faz um menino.


Segundo Eliane Leite, “a ausência do pai pode sim prejudicar emocionalmente a criança, pois a história de ‘mãe-pai’ nem sempre supri o que de fato um ‘bom’ pai faria. A criança precisa ter o modelo de homem na família, afinal, a forma que o homem pensa e age muitas vezes é diferente da mulher. Por esse motivo, é indicado que mães separadas ou viúvas elejam uma figura paterna para freqüentar a família e ter mais contato com os filhos”.


Pai tem mesmo é que participar


Embora nos primeiros meses de vida o pequeno dependa mais da mãe devido à amamentação, os pais também precisam participar desse momento.


De acordo com a psicopedagoga, “não só podem, como devem ajudar a esposa, já que o esgotamento físico após o parto e os cuidados com a criança são grandes e desgastantes”.


A mãe geralmente fica muito cansada e o período onde deveria repousar é o período onde mais corre com os cuidados do bebê. Dessa forma, “o pai pode trocar a criança, arrumar o quarto, cuidar da alimentação dos adultos ou irmãos, levar os mais velhos para a escola, buscar, enfim toda iniciativa de ajuda é bem-vinda”, ressalta Eliane Leite.


Quando o bebê estiver maior é importante o pai dispor de um tempo efetivo para o filho, ou seja, aquele tempinho para contar uma história, brincar etc. É preciso exercitar essas atitudes para que esse momento seja rico.


Por essa razão, papais, nada daquela história de chegar em casa com a cabeça no trabalho e achar que a solução é colocar uma fita para o filho ver e achar que está fazendo um benefício, pois ele está entretido e feliz. Aí é que você se engana. Afinal, aqueles minutinhos de intimidade com o baixinho são essenciais tanto para criar vínculos, como para dar parâmetros de comportamento à criança.


Para o pai manter-se presente no dia-a-dia do filho, a psicopedagoga dá as seguintes dicas. “O pai deve procurar ligar durante o dia, passar mensagem no MSN ou e-mail, quando estiver muito ausente ou fora do Estado, mandar cartão postal ou carta. Agora, se estiver na cidade, deve buscar o pequeno na escola, ir às reuniões escolares, ao médico, ou seja, basta ser criativo!”


Informações do especialista:

Eliane Pisani Leite é psicóloga, psicopedagoga, acupunturista e autora do livro Pais educAtivos.

Consultório:

Rua Dr. João Batista Soares de Faria, 101 – São Paulo – SP

Tels.: (11) 2959-3222 / 2099-1717

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