terça-feira, 3 de maio de 2011

Um monstro em minha vida!

Por: Vanessa Cicatti

Chega a noite... você coloca seu filho na cama e basta apagar a luz para ouvir choro e frases do tipo: “Mamãe, tem um monstro debaixo da minha cama!”?


Saiba, mamãe, que medo de escuro, dormir sozinho e de monstros, fantasmas e coisas desse tipo não é só manha do baixinho. E é muito importante ajudar o pequeno a passar por esses medos!


Mistérios noturnos


Você já foi criança e, com certeza, já teve medo de escuro, Bicho-Papão e fantasma, e deve se lembrar de como isso era assustador, não?


Então, agora que seu anjinho está passando por esses “problemas noturnos”, é bom entender por que isso acontece e qual a melhor forma de ajudá-lo a passar por essa fase.


Por essa razão, conversamos com a psicóloga Marcia Pereira Scartezini, que nos contou tudinho sobre esse assunto. Para começo de conversa ela explica que os pais nunca devem menosprezar esse medo, pois o que a criança realmente sente nesse momento não se trata de manha.


“A hora de dormir é justamente o momento em que a criança se sente desprotegida, pois tem de se separar de seus pais e, por conseguinte, da segurança que os adultos oferecem a ela. Então, quando a luz se apaga, os pequenos não enxergam nada. O que é real desaparece e a escuridão esconde os perigos de sua própria imaginação e as fantasias surgem como que numa avalanche de sensações desagradáveis”, afirma Márcia Scartezini.


Por essa razão, um simples ruído pode perfeitamente ser o monstro que vai puxar seus pés, assim como a sombra de um galho de árvore pode transformar-se num fantasma assustador.


“Nessas ocasiões, procure deixar a lâmpada do banheiro ou do corredor acesa até que o baixinho adormeça. Para que se sinta seguro, deixe a porta aberta ou dê algum brinquedo para que ela possa abraçar. Nesta fase, a presença dos pais ou de alguém que lhes transmita segurança na hora de dormir é muito importante. Se preferir, leve-o para dormir na cama com você, porém, de forma que não se torne um hábito, para que ele não se acostume e faça disso uma rotina”, ensina a psicóloga.


Tudo é por causa do...


Esse medo de escuro, monstros, fantasmas e afins é coisa de criança e tem um limite de idade em que é considerado normal ter esses medos, como observa Márcia Scartezini, “o medo é uma reação de proteção do organismo que prepara o corpo para fugir de situações de perigo.


Dessa forma, o medo do escuro faz parte do desenvolvimento infantil. Geralmente, começa entre 3 anos de idade e desaparece por volta dos 6 anos”.


E esse medo não é sem razão e tem causa certa. A psicóloga explica que antes dessa fase, ou seja, desse medo propriamente dito, a criança começa a construir seu próprio mundo com muita magia e seres imaginários que podem brincar com ela, fazendo-a conhecer os mais variados sentimentos, incluindo o medo.


Entretanto, “além da mente fantasiosa do baixinho que cria seus próprios monstros, outras causas que podem levar ao medo do escuro é a presença de algum tipo de mudança ou separação na vida desse pequeno como, por exemplo, mudança de casa, colégio, separação dos pais, de algum amiguinho, primo ou parente próximo etc. Tudo o que é novo e desconhecido pode guardar surpresas como os temíveis monstros. A sensação de insegurança e falta fazem a imaginação voar longe, trazendo para bem perto esses medos”, afirma Márcia Scartezini.


Cuidado para o medo não virar um medão


Como vimos, medo de escuro é algo comum e normal na infância, mas se não for tratado adequadamente e com a devida atenção, pode transformar-se num medão, que para osespecialistas recebe o nome de fobia. Bom, mas como é que os pais sabem quando o medo se torna fobia?


“A fobia é bem maior que o medo normal. É um medo que não é saudável. Além disso, quem sofre de uma fobia não consegue se controlar e, normalmente, o medo que a criança sente é meio absurdo, isto é, sem uma explicação concreta. As fobias se diferenciam dos medos normais pela intensidade e persistência do comportamento de fuga, ou seja, sempre que o estímulo fóbico é apresentado. Dessa forma, toda vez que a criança tem de dormir, o medo aparece de uma forma extrema”, explica Márcia Scartezini.


Segundo a psicóloga, nesse caso a melhor saída para os pais é procurar a ajuda de um especialista, pois somente um profissional capacitado na área poderá descobrir a causa e orientar os pais a garantirem que o pequeno volte a dormir tranqüilamente.


Cuidado para o medo não virar um medão


Como vimos, medo de escuro é algo comum e normal na infância, mas se não for tratado adequadamente e com a devida atenção, pode transformar-se num medão, que para os especialistas recebe o nome de fobia. Bom, mas como é que os pais sabem quando o medo se torna fobia?


“A fobia é bem maior que o medo normal. É um medo que não é saudável. Além disso, quem sofre de uma fobia não consegue se controlar e, normalmente, o medo que a criança sente é meio absurdo, isto é, sem uma explicação concreta. As fobias se diferenciam dos medos normais pela intensidade e persistência do comportamento de fuga, ou seja, sempre que o estímulo fóbico é apresentado. Dessa forma, toda vez que a criança tem de dormir, o medo aparece de uma forma extrema”, explica Márcia Scartezini.


Segundo a psicóloga, nesse caso a melhor saída para os pais é procurar a ajuda de um especialista, pois somente um profissional capacitado na área poderá descobrir a causa e orientar os pais a garantirem que o pequeno volte a dormir tranqüilamente.


Acabando com os monstros


A melhor forma de livrar seu filhinho desses monstros que tanto atrapalham seu sono é aprendendo a lidar com isso.


Márcia Scartezini afirma que “para lidar com esses medos os pais devem, num primeiro momento, acalmar e proteger a criança. E isso se faz com um simples abraço afetuoso. Depois, o importante é conversar com o baixinho, compreendendo o porquê do medo do escuro. Deve ouvir o que ele tem para falar, entender o que está sentindo, pois assim ficará fácil explicar dizendo, por exemplo, que a sombra na parede do quarto não é um fantasma, e sim a sombra do galho da árvore que está do lado de fora da casa”.


Um erro grave, cometido pelos adultos, é fazer a criança enfrentar o medo contra sua vontade. “Muitas vezes os pais perdem a paciência e deixam o pequeno sofrendo com o travesseiro na cabeça ou com os olhos serrados, repletos de lágrimas e com uma infinita sensação de desespero e muito medo. Deixando o filho expressar o medo que está sentindo, os pais farão com que ele se torne mais seguro para enfrentar outras dificuldades, fantasias e medos que aparecerão em sua vida. Em outras palavras, as vivências infantis farão dessa criança um adulto mais seguro.


Deixá-la vivenciar seus medos é fazê-la compreender que sensações ruins existem, mas passam, basta entendê-las e enfrentá-las. Esse exercício será muito mais saudável se tiver início na infância e com o total apoio e compreensão dos pais”, finaliza a psicóloga.


Informações do especialista:

Márcia Pereira Scartezini é psicóloga clínica comportamental cognitiva, formada pela Universidade São Judas Tadeu e especialista em medicina comportamental pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

Consultório:

Rua Itacolomi, 333 – conj. 18 – 1o andar – Higienópolis – São Paulo – SP

Tel.: (11) 3834-0542


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