terça-feira, 31 de maio de 2011

Bebês bem nutridos ganham mais na fase adulta

Por: Vanessa Cicatti

A revista científica The Lancet publicou um estudo realizado por cientistas norte-americanos que liga a boa nutrição até os três anos de idade a uma renda mais alta na fase adulta.
A pesquisa comparou a situação financeira e profissional de 1,5 mil pessoas entre 25 e 42 anos na Guatemala com dados colhidos quando elas eram bebês. A pesquisa realizada durante 1969 e 1977 analisou o efeito do consumo de proteínas no desenvolvimento mental e físico de crianças de quatro vilas do país. Nesse estudo, as cidades foram divididas em dois grupos: um recebeu um suplemento nutritivo líquido e o outro, um placebo.
Cientistas norte-americanos da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, obtiveram dados econômicos recentes de 60% das pessoas que participaram dessa pesquisa e cruzaram as informações das duas pesquisas.
O resultado indicou que os homens que consumiram o suplemento nutritivo até os três anos de idade tinham um salário 46% maior do que os que haviam consumido o placebo.
Para obter dados precisos, os cientistas consideraram fatores que poderiam influenciar no resultado como a qualidade das escolas e a localização das cidades.
John Hoddinott, chefe do estudo, ressalta que a principal influência da boa nutrição sobre os salários na fase adulta não está relacionada com o crescimento físico, mas com a melhoria na atividade cerebral, porque quando crianças novas ficam subnutridas sofrem com sérios efeitos, capazes de retardar o crescimento e afetar o desenvolvimento do cérebro.
Os cientistas suspeitam que a diferença na capacidade cognitiva das crianças bem nutridas é crucial para os resultados da pesquisa. Por essa razão, acreditam que os investimentos em nutrição na infância poderiam se tornar fator importante no crescimento econômico de um país.

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Be a Bá em outra língua

Por: Vanessa Cicatti


Cada vez mais os pais se preocupam com a formação de seus filhos e, desde muito cedo, buscam formas de ajudar no sucesso futuro de seus pequenos.
É fato que muitas vezes há certo exagero nessa corrida rumo ao sucesso, tirando das crianças o que há de melhor na infância: tempo para brincar.
Mas você sabia que incentivar seu anjinho a aprender o bê a bá em outro idioma desde cedo pode ser uma ótima forma de facilitar esse aprendizado?

A, B, C...
Para ficar por dentro desse assunto, conversamos com Larissa Fonseca, pedagoga da Escola bilíngüe Tiny People, que logo de início nos falou sobre a importância do ensino de outros idiomas para crianças.
“Sem dúvida alguma, hoje em dia é mais do que necessário falar mais de um idioma. O mundo evoluiu, ampliaram-se os contatos internacionais a partir da TV, da internet, das facilidades em viajar, conhecer novos lugares e culturas, enfim, o mundo se globalizou, e com essa globalização houve a necessidade de se estabelecer uma linguagem comum de comunicação. Dessa forma, ser bilíngüe passou a ser uma ferramenta acadêmica e profissional fundamental.”
Se você está se perguntando a partir de que idade seu filho pode iniciar o aprendizado de língua estrangeira, saiba que a criança pode ser inserida em um ambiente bilíngüe desde o seu nascimento.
“Não há contra-indicações quanto ao início precoce do aprendizado de uma nova língua. Inclusive, a exposição simultânea da criança a mais de um idioma aumenta o número de conexões cerebrais, o que afeta positivamente o desenvolvimento não só da sua capacidade lingüística como também das suas capacidades cognitivas, criativas, intelectuais e sociais”, explica Larissa Fonseca.
Um bom exemplo disso ocorre na escola Tiny People Bilingual School, onde, desde o ingresso, o aluno inicia o programa de imersão na língua inglesa com o objetivo da compreensão, aquisição e vivência nessa língua. Dessa forma, as crianças aprendem o idioma naturalmente, desenvolvendo a habilidade de pensar nos dois idiomas, e tornam-se aptas a utilizá-los de acordo com as diferentes situações.

Mergulhando em outra língua
Para que a criança seja introduzida no novo idioma, obviamente utilizam-se métodos específicos. De acordo com Larissa Fonseca, o primeiro passo é despertar no aprendiz o interesse pela língua. É preciso que a criança veja sentido em falar aquele idioma.
“Essa introdução ao novo idioma deve ser feita sem cobranças, de modo natural e prazeroso, a partir de atividades lúdicas e diversificadas”, afirma a pedagoga.
Escolas como a Tiny People proporcionam um ambiente rico de situações lúdicas, que auxiliam a criança na aquisição do novo idioma. A partir de experiências culinárias, atividades artísticas e de movimento, cultivo de horta, contato com músicas, filmes, livros e histórias, entre outros projetos, que aproximam a criança naturalmente do segundo idioma, de forma que ela adquira fluência.
Durante o ensino desse novo idioma, a escola geralmente utiliza algumas estratégias específicas para que o mesmo seja absorvido com naturalidade e facilidade pela criança.
“Na escola bilíngüe, o segundo idioma se constitui não em objeto de estudo, mas sim em instrumento de estudo. As crianças aprendem o novo idioma vivenciando as situações do dia-a-dia escolar nessa língua. Assim elas aprendem mais do que somente se comunicar em outra língua, elas adquirem a capacidade de pensar sobre conhecimentos gerais nos dois idiomas. É o que chamamos de imersão”, explica Larissa Fonseca.
Assim, tudo o que faz parte desse contexto bilíngüe, desde os ambientes aos quais a criança está exposta, as metodologias de ensino, os materiais e recursos utilizados até os profissionais que estão envolvidos, são estruturados para que seja garantida a fluência no novo idioma juntamente com a qualidade no ensino, sem limitar as possibilidades nem causar prejuízos para a criança.

Mais fácil de aprender
Poucas pessoas sabem que o aprendizado de outro idioma é absorvido com mais facilidade quando isso ocorre na infância. Mas há uma razão para isso, como explica a pedagoga: “Isso acontece porque é durante os seis primeiros anos de vida que ocorrem as sinapses no cérebro (conexões neurais) e são elas as responsáveis pela formação da base do conhecimento. Até os seis anos, o cérebro da criança está ‘a todo vapor’, assimilando, processando e estruturando as informações. Quando o aprendizado de dois idiomas ocorre simultaneamente na infância, os códigos lingüísticos de ambas as línguas são armazenados no mesmo local do cérebro, fazendo com que a criança desenvolva habilidades fonológicas e de uso em ambas as línguas mais rapidamente e com maior facilidade”.
Entretanto, alguns pais temem que o aprendizado de um segundo idioma possa prejudicar de alguma forma o aprendizado da língua pátria. Fiquem despreocupados, papais e mamães, isso não acontece!
Segundo Larissa Fonseca, crianças pequenas aprendem quantas línguas o ambiente lhes proporcionar, desde que esse aprendizado seja contextualizado e tenha uma função comunicativa. “O cérebro da criança possui uma enorme capacidade de adaptação. Por essa razão, a criança inserida em um contexto bilíngüe difere naturalmente as situações de fala.”
Para enfatizar este dado, a pedagoga cita Noam Chomsky, um dos mais importantes lingüistas, que diz o seguinte: “A aquisição da linguagem é simplesmente um processo de desenvolvimento de capacidades inatas, de modo que os meninos e as meninas aprendem a falar da mesma forma que os pássaros aprendem a voar”. (COLL et al. 1995:70). Assim, fica claro que de forma alguma o contato com outro idioma pode prejudicar o aprendizado da língua pátria.
Apesar disso, Larissa Fonseca ressalta que “é necessário ficar atento para que a criança tenha sua identidade cultural respeitada e preservada”. O ensino de outro idioma não deve ter prioridade nem ganhar mais destaque do que o da língua materna. Até porque a criança que conhece bem sua língua materna aprende com mais facilidade um segundo idioma”.
É importante que os pais saibam distinguir a diferença entre o aprendizado de um idioma como segunda língua ou como língua estrangeira. Afinal, as escolas de idioma têm como objetivo exclusivamente o ensino de uma outra língua.

Inglês, espanhol ou francês?
Agora que você já sabe que seu anjinho pode aprender outra língua desde pequenininho, com certeza ficou com dúvidas sobre qual idioma ele assimilaria com mais facilidade, não é?
É comum achar que a criança aprende com mais facilidade um idioma pertencente à mesma “família” de sua língua materna. No entanto, durante os primeiros anos da infância, a criança aprende com facilidade qualquer idioma com o qual tenha contato em seu dia-a-dia.
“Sem dúvida alguma, ter contato com um novo idioma logo na infância é algo positivo. O aprendizado bilíngüe proporciona, além da ampliação das capacidades do indivíduo, o acesso a uma educação multicultural”, ressalta a pedagoga.
Dessa forma, o pequeno aprende o novo idioma como língua estrangeira, não tendo necessidade do uso desse idioma nas situações e comunicação do seu dia-a-dia.
As escolas bilíngües proporcionam o aprendizado do novo idioma como uma segunda língua. Assim, a criançada desenvolve seus saberes no novo idioma, sendo esse uma ferramenta necessária nas situações de comunicação do seu dia-a-dia.
Agora que você sabe a diferença, basta identificar seu interesse e matricular seu filho na escola que ofereça o ensino que julgar mais adequado.

Informações do especialista:
Larissa Fonseca é pedagoga formada pela Universidade de São Paulo. É especialista em Educação Infantil e Psicopedagogia.
Contato:
Tel.: 11 9766-3996 e 11 3453-4042

domingo, 29 de maio de 2011

Estudo liga pouco sono a excesso de peso em crianças


Por: Vanessa Cicatti

Um estudo da Northwestern University, publicado no jornal científico Child Development, revelou que crianças que não dormem o suficiente têm uma chance maior de desenvolver problemas de peso após os cinco anos de idade.
De acordo com os especialistas, é recomendado que crianças entre cinco e doze anos durmam de dez a onze horas por noite, enquanto adolescentes devem ter entre oito e nove horas de repouso diário.
A pesquisa monitorou duas mil crianças americanas durante cinco anos, utilizando diários detalhados feitos pelas famílias das crianças, considerando diferenças étnicas, raciais, de educação e de renda dos pais.
O grupo de pesquisadores determinou que uma hora a mais de sono diminuiu as chances de excesso de peso em até 36% em crianças de três a oito anos e até 34% quando as crianças têm entre oito e treze anos.
Embora o estudo não tenha determinado quais as razões que relacionem falta de sono com excesso de peso, foram levantadas algumas hipóteses.
Uma delas é a de que a falta de sono pode estimular os hormônios que regulam o apetite. A outra possibilidade é a de que pessoas que dormem mal ficam mais letárgicas e menos propensas a praticar atividades físicas.
A pesquisadora responsável pelo estudo acredita que o horário escolar durante a semana ajuda a regular o sono das crianças, mas que apesar disso os pais devem manter o controle sobre o sono dos filhos, determinando sempre um horário para a criança ir para a cama. Afinal, isso pode garantir a saúde do seu filho num futuro muito próximo.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 28 de maio de 2011

# Lá vem história


Livro da semana: Os lugares de Maria, de Margarida Botelho. Editora Paulinas.





Este livrinho com a historinha de Maria, uma menina de seis anos que, como toda criança de sua idade é muito observadora e curiosa, além de não apreciar nadinha comer peixe no almoço...


Por incrível que pareça, não gostar de peixe torna-se um problema muito sério para Maria. Mas não é que isso também a leva à descoberta de um mundo muito diferente!


Afinal, de castigo por não comer no almoço a curiosa Maria fica de castigo no quarto e descobre, com a ajuda de tubos de tintas, pinceis e papel, que com imaginação pode ir a lugares nunca antes imaginados!


Ficou curiosa para saber o resto da história? Então, pegue o livrinho, escolha um cantinho especial da casa e, junto com seu filhote, encante-se com a ternura e as aventuras de Maria.


Sobre a autora:
Margarida Botelho nasceu em 1979 e se formou em arquitetura. Entretanto, desde que se lembra, sempre gostou de tintas, lápis de cor e folhas brancas para desenhar as palavras e as formas das histórias que inventava. Co-fundadora do grupo de teatro para a infância “Rabo de Palha”, já ganhou diversos prêmios literários, bem como participou de inúmeras exposições de ilustração. Trabalha em ilustração, literatura infantil e em projetos de educação artística.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

GOSTOSO E SAUDÁVEL: Cuca de Banana

O lanche do fim de semana vai ficar bem mais gostoso com essa deliciosa receita de Cuca de Banana. Nutritiva e saborosa, essa receita dá mais sabor às tardes dos pequenininhos, oferecendo vitaminas e minerais para a brincadeira rolar solta…saudavelmente. Prove!






Cuca de banana
 
Ingredientes: 
5 bananas nanicas cortadas em rodelas
Suco de ½ limão
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de aveia em flocos finos ou farinha de aveia
6 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de canela em pó
3 colheres (sopa) de margarina

Modo de Preparo:
Coloque as bananas em um recipiente e despeje o suco de limão sobre elas para não escurecer, em seguida arrume-as num refratário. Reserve. Em uma tigela misture a farinha, a aveia, o açúcar, a canela em pó e a margarina até formar uma farofa. Coloque essa mistura em cima das bananas, espalhando tudo até cobrir completamente com a farofa. Leve ao forno pré-aquecido por aproximadamente 30 minutos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Gravidez depois dos 30 é cada vez mais comum


Por: Vanessa Cicatti

Já foi o tempo em que as mulheres viviam somente em função da formação de uma família. Com a evolução dos costumes, em vez de se tornarem mães ainda jovens, as mulheres foram à luta, investiram em suas carreiras e deixaram a maternidade em segundo plano.
Até bem pouco tempo a gravidez tardia, ou seja, após os trinta anos era considerada um risco para a mãe e o bebê. Atualmente, sabemos que há muitos mitos em torno dessa questão.
Se você chegou aos trinta anos e ainda não é mãe, veja a seguir que ter um bebê nessa fase da sua vida é saudável e oferece poucos riscos!

Tem hora certa para ser mãe?
Não existe um tempo ideal para ser mãe, afinal para isso é essencial que a mulher esteja preparada. Na verdade, uma gravidez tardia eleva as chances de alguns problemas que poderiam, comumente, afetar mães mais jovens.
A obstetra Sueli Raposo explica que, “na verdade sempre se coloca o limite de 35 anos para que uma mulher tenha um bebê, porque após essa idade os riscos de algumas patologias aumentam, como hipertensão durante a gestação.
Mas a idade ideal para ter um filho seria dos 20 aos 30 anos. Tudo isso porque com o passar do tempo aumentam as chances de uma mulher adquirir uma DST (doença sexualmente transmissível), que pode prejudicar sua fertilidade, assim como há o aumento do risco de outras patologias como miomas, endometriose, que também podem prejudicar seu futuro obstétrico”.
Além disso, após os 35 anos eleva-se o risco de anomalias cromossômicas, ou seja, a incidência de bebês com Síndrome de Down e outras síndromes que vão aumentando conforme a idade.
Sueli explica: “o risco de Síndrome de Down aos 35 anos é de 0,45% e de outras anomalias o risco é de 0,75%. Aos 37 anos o risco sobe para 0,75% e aos 40 é de 1,5% para Down e 2,35% para outras anomalias. Aos 41 o risco de Down é de 2,5%, como se vê é uma progressão geométrica, os riscos vão aumentando muito com o passar da idade”.
Mas você sabe por que isso ocorre? Porque a mulher nasce com um número fixo de folículos ovarianos (óvulos) que vão crescer, amadurecer e, finalmente, ovular todo mês. Com o passar do tempo, os óvulos e os ovários envelhecem, perdendo sua “qualidade”, podendo ocorrer as alterações cromossômicas já citadas.

Sem essa de cuidados especiais
Não vá pensando que uma gestação depois dos trinta anos requer maiores cuidados. Como explica a obstetra, “toda gestação deve sempre ser bem programada e acompanhada. Após os 35 anos indica-se que a mulher realize o exame de biópsia da placenta para verificar se há alguma alteração cromossômica. Os outros exames são iguais aos de uma paciente mais jovem”.
Entretanto, ressalta que é preciso levar em conta os cuidados com o aumento de peso excessivo, o controle rigoroso da pressão e da glicemia, bem como fazer uso de ácido fólico pelo menos 2 meses antes de engravidar para proteção na formação do tubo neural (sistema nervoso) do feto, evitando doenças como a espinha bífida.
Mas para Sueli Raposo o mais importante é que “uma mulher saudável não deve desistir de ter um filho somente pelo fator idade”. Se seguir todas essas dicas, a única preocupação que terá será com os cuidados com o enxoval do bebê.

Idade dificulta a gravidez?
“Com o passar da idade realmente as chances de a mulher engravidar vão diminuindo, uma vez que ela passa a não ovular todo mês, sendo que após os 40 anos metade das mulheres são inférteis”.
Entretanto, com os avanços da medicina e da tecnologia esse pode ser um problema solucionável.
Se por acaso a mulher tiver problemas de infertilidade, pode procurar tratamentos tipo fertilização in vitro ou inseminação artificial. “Mas vale lembrar que mesmo com esses tratamentos as chances de sucesso vão diminuindo com a idade, além do fator emocional que é muito importante”, explica a especialista.
Em geral, esses tratamentos além de caros, exigem a realização de vários exames e procedimentos que podem levar a um grande desgaste emocional.
Por essa razão, Sueli Raposo recomenda: “quem pretende realmente ter filhos, é melhor programar antes, pois não deve se iludir com a idéia de que uma inseminação vai resolver tudo depois”.

Ser mãe mais tarde tem algumas vantagens
Não vá desanimando com tudo o que dissemos até agora sobre a gestação após os trinta anos.
Ser mãe nessa fase tem algumas vantagens, como comenta a obstetra. “Geralmente a mulher está profissionalmente mais estabilizada,
razão pela qual adia a maternidade, mas, talvez a maior vantagem seja o fato de ela estar mais madura, sabendo o que realmente quer e com capacidade de programar essa gravidez, diferente de uma gravidez na adolescência, que também tem seus riscos.”
Agora que você viu que ficar grávida depois dos trinta anos não é um bicho-de-sete-cabeças, que tal começar a programar seu filhote, tomando todas as precauções para se tornar a mãe mais coruja do mundo?!

Evitando problemas
Sueli Raposo afirma que alguns dos problemas comuns na gravidez tardia podem ser evitados facilmente.
“Alguns desses problemas podem ser controlados com um pré-natal bem feito. Entretanto, a Síndrome de Down não tem como prevenir, pois os especialistas só sabem da existência da mesma após a realização do exame de biópsia da placenta ou pela aminocentese (exame do líquido amniótico). Como falei anteriormente, o uso de ácido fólico é simples e muito importante e deve ser feito sempre para evitar a má formação no tubo neural.” Como em qualquer gestação, tudo depende do pré-natal!

Informações do especialista:
Sueli Raposo é formada em medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá. É obstetra do Lavoisier Medicina Diagnóstica/DASA.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Criança e TV: tudo a ver!

Por: Vanessa Cicatti
Quando a televisão foi inventada, muitos acharam que ela seria apenas mais um eletrodoméstico para encher a sala de estar. Mas, com o passar dos anos, ela se tornou um dos principais meios de comunicação.
Num mundo moderno como o nosso, quando bem explorada, a televisão exerce mais que o papel de entretenimento. E é por essa razão que criança e TV tem tudo a ver!
Pequenos telespectadores em desenvolvimento
Você pode fazer o que quiser para evitar, mas, em algum momento, seu filho vai colocar os olhinhos naquela caixa que solta sons e imagens coloridas e a paixão será inevitável. E, aí, com certeza, vão surgir na sua cabeça algumas dúvidas básicas: deixo ou não deixo meu filho assistir à televisão? Será que meu filhinho vai receber mensagens sobre violência ou se esquecer de brincar?
Atualmente, essas preocupações não passam de puro exagero. Afinal, a TV não é o monstro que muitos pais e alguns educadores imaginam. Tudo depende do uso que se faz dela.
Claudemir Edson Viana, especialista em Educomunicação e pesquisador do Laboratório de Pesquisas sobre Infância, Imaginário e Comunicação explica que a televisão pode ser usada no desenvolvimento e aprendizado das crianças de duas formas:
De maneira informal: a família pode aproveitar o conteúdo da programação televisiva assistida pela criança para dialogar a respeito de como ela interpreta o que vê e saber o porquê de suas escolhas.
De maneira mais formal: na escola, a programação televisiva, sobretudo a de preferência dos alunos, pode ser utilizada pelos educadores para abordar temas relacionados ao currículo escolar a partir do que um determinado programa de preferência pelas crianças traz em seu conteúdo ou em seu formato (som, imagens) e, assim, também promover a aprendizagem entre os alunos sobre alguns elementos básicos da linguagem televisiva, contribuindo para a educação dos meios de comunicação, ou seja, os alunos desenvolverão a capacidade de leitura mais crítica sobre a programação televisiva.
Sandra Cabeza, psicóloga e assessora de coordenação pedagógica do Colégio Elvira Brandão, fala sobre o papel da televisão na escola, dizendo que existem programações capazes de ensinar conteúdos positivos, favorecendo resultados benéficos. “Esses programas podem ensinar várias habilidades acadêmicas, como incentivo à leitura, aumento do vocabulário, fortalecimento do raciocínio lógico-matemático e estímulo da criatividade. Além disso, também estimulam o conhecimento em diversas áreas como história, arte, música, ciência etc. As crianças também podem aprender formas de comportamento positivo como cooperação, empatia, persistência e respeito. Enfim, uma série de coisas positivas.”
Na frente da TV por tempo determinado!
Como tudo na vida, é preciso evitar os exageros. Dessa forma, a criança não deve ficar na frente da telinha o dia inteiro. “O tempo contínuo determinado para uma criança assistir à televisão, de forma que não a prejudique, é algo relativo. Mas, de forma geral, pode-se dizer que não deve passar de duas horas. O ideal é que a criança assista à programação televisiva de sua preferência de forma alternada a outras atividades lúdicas, de estudos ou de outro gênero. Isso evita que a televisão se torne o único meio de sua ludicidade ser exercitada ou de tê-la como fonte de informação. A diversidade das atividades é algo positivo para o desenvolvimento da criança e a TV ou o videogame pode ser parte do conjunto”, ressalta Claudemir Viana.
Embora não exista um horário adequado para a criança assistir à televisão, Claudemir Viana acredita que “horário inadequado é aquele que impede a criança de dormir no horário indicado, ou seja, por volta das 22 horas, principalmente se for uma criança que tem atividades logo pela manhã, como estudos ou esportes”.
Programas escolhidos a dedo!
Um fator superimportante para garantir que a TV contribua para o desenvolvimento da criança é a seleção dos programas que ela pode assistir. E isso deve ser feito pelos pais ou pelo adulto responsável por sua educação.
Claudemir Viana dá algumas dicas para os pais fazerem a seleção do conteúdo para seus filhos. “Naturalmente, a seleção do conteúdo deve se dar primeiramente em relação à idade da criança e à sua capacidade cognitiva, mas devem ser evitadas programações que façam apologia do sexo, das drogas e da violência.” Entretanto, o pesquisador reconhece que quando isso aparece num determinado programa assistido pela criança, “essa se torna uma boa oportunidade de os pais dialogarem com seus filhos a respeito do assunto e, conforme a condição de compreensão, isso contribui para a percepção adequada que eles devem ter sobre os referidos assuntos e, até mesmo, favorece o diálogo da criança a respeito do que pensa, contribuindo para sua formação moral”.
Para o pesquisador, é um equívoco imaginar que o ideal seja proibir que a criança tenha acesso a determinados conteúdos por crer que isso é uma forma de proteção. O correto é dialogar com ela a respeito, justificando o porquê não é legal que assista determinado programa. Uma posição radical dos pais pode contribuir para a alienação da criança ou mesmo aguçar seu desejo de ver tal programação em outro momento e lugar, sem a presença deles. O que acaba sendo pior.
Nada de criança sozinha na frente da TV!
Os especialistas não recomendam que as crianças fiquem diante da televisão sem a companhia de um adulto. Em primeiro lugar, são os pais que controlam o conteúdo que os filhos vêem. Além disso, a presença do papai e da mamãe “dará oportunidade de discutir o assunto com a criança. É importante que os adultos sejam ativos: falem e façam conexões com seus filhos enquanto assistem ao programa”, afirma Sandra Cabeza.
Claudemir reforça, explicando que “esta é mais uma forma de os pais participarem e conhecerem melhor a cultura de seu filho, e até expor a ele as suas opiniões sobre determinados assuntos decorrentes do que foi assistido. Este diálogo é positivo, mesmo que seja numa outra oportunidade que não no momento do programa, pois sabemos que na maioria das vezes os pais não têm tempo disponível para estar junto aos filhos vendo tudo o que eles assistem”.
Além disso, nos dias atuais, em que a falta de tempo impede muitos pais de conviverem mais tempo com os filhos, assistir à TV ao lado deles pode ser uma forma de aproximação da família. “Assistir à televisão com a criança recupera essa interação, pois os pais podem ter um momento único com seus filhos, trocar informações a respeito do programa, além de ter mais contato físico com eles”, ressalta a psicóloga.
Mas há algumas recomendações para que a televisão não separe os familiares: evite colocá-la em lugares importantes como a sala e não ligue o aparelho nos horários da refeição; utilize esse tempo para conversar e manter contato com seu filho.
Informações dos especialistas:
Sandra Cabeza é formada em psicologia pela Universidade Paulista. É psicóloga e assessora de Coordenação Pedagógica do Colégio Elvira Brandão.
Colégio Elvira Brandão:
Rua Luiz Seraphico Jr., 158 – Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP
Tel.: (11) 5641-1771
Claudemir Edson Viana é historiador, formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É mestre e doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Especialista em Educomunicação, também é pesquisador do Laboratório de Pesquisas sobre Infância, Imaginário e Comunicação.
LAPIC – Laboratório de Pesquisas sobre Infância, Imaginário e Comunicação:
Av. Prof. Luiz Martins Rodrigues, 443 – bl. 22 – sl. 16 – Cidade Universitária – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3091-4317

Um intruso no meu mundinho

Por: Vanessa Cicatti

A chegada de um irmãozinho nem sempre é bem-vinda por algumas crianças. Afinal de contas, embora esteja ganhando um companheiro ou companheira, também terá seu mundinho invadido por outra criança com que terá de dividir os brinquedos, a atenção da família e o coração dos pais.
O fato é que nessa fase, a maioria das crianças sente medo, ciúme e raiva. Como lidar com isso? Com muito carinho!

Presente de grego?
Muitas crianças acham o máximo quando ficam sabendo que vão ganhar um irmão, tanto é que passam a gravidez da mãe curtindo a novidade. Mas tudo muda, quando logo nos primeiros dias percebe que aquele “sujeitinho” apresentado como o melhor companheiro do mundo só chora, não sabe brincar e, ainda por cima, rouba a atenção da mamãe e do papai o tempo todo. E o que era para ser uma coisa boa, não passa de um belo presente de grego!
Como essa situação requer muita delicadeza, conversamos com três psicólogas que nos contaram tudo sobre como ajudar seu baixinho a passar por esse “trauma” sem tantas dificuldades.
O primeiro passo para colocar essa missão em andamento diz respeito à forma como os pais contam ao primogênito sobre a chegada do novo irmãozinho. Para Ana Camila Ramalho, “não há uma maneira correta para dar essa notícia, porém a mais indicada é aquela coerente com os valores de cada família”.
Juliana Silva Slaghenauf, completa explicando que “esconder, rodear ou esperar o nascimento do bebê para dar a notícia não é a melhor opção. É importante que a criança saiba sobre a chegada do novo irmão desde o início da gestação”.
“É importante conversar com a criança com naturalidade, explicando que ela terá um irmãozinho e isso será muito bom, que a família está aumentando e que ele virá para agregar, estar junto, brincar e compartilhar coisas”, explica a psicóloga Viviane Scarpelo.

Preparando o terreno
Como a chegada desse “intruso” no mundinho da criança pode ser complexa para sua cabecinha, é importante que os pais preparem o terreno para essa mudança durante a gravidez.
Para Viviane Scarpelo, “falar sobre o irmão que está vindo é uma forma de aproximá-lo da idéia de ter mais uma pessoa na família”. Dessa forma, é legal dizer para o pequeno como será quando o irmãozinho chegar, onde ele dormirá e quais modificações ocorrerão na casa, “mas sempre colocando o irmão como mais um membro da família e dizendo que ele não vai ocupar o espaço do mais velho”.
Além disso, é interessante perguntar a opinião da criança sobre a disposição dos móveis do novo bebê, bem como comentar sobre o que poderão fazer juntos, como, por exemplo: brincar, viajar e se divertir, sempre com muita naturalidade.
Ana Camila Ramalho ressalta que é essencial que ao falar desse assunto os pais dêem exemplos que possam facilitar a compreensão da situação, afinal, para o baixinho “a idéia de um bebê em uma barriga que nem aparece é uma idéia muito vaga”.
Por essa razão, “vale comentar sobre amiguinhos ou primos que tenham irmãos, dizer que o bebê também será filho deles, assim como ele. Deixar que a criança faça as observações sobre o bebê e faça seus comentários do que é legal, do que não pode fazer com o irmão etc.”.
Para essa psicóloga, um momento muito delicado pode ser a compra do enxoval, pois a criança pode cobrar presentes para ela também. Diante disso, acredita que “é preciso explicar que o bebê precisa de tudo aquilo porque não traz nada consigo quando chega, mostrando para a criança objetos que foram dela ou fotos de como a casa era e como foi transformada para recebê-la”.
Outra dica importante: “excessos na expectativa e muita empolgação nos preparativos para a chegada do bebê pode fazer com que a criança se sinta deslocada, perdida e abandonada pelos pais. Então, cabe aos pais evitar mudanças na rotina e na vida dela para que a chegada do irmão não seja traumática. É importante “garantir” que seu lugar de filho querido e amado continua e que o bebê não significa a sua substituição”, lembra Juliana Slaghenauf.

Mas eu me mordo de ciúmes...
É muito normal que o primogênito sinta ciúmes do novo irmãozinho e ele pode manifestar esse sentimento de muitas maneiras.
“A criança pode imaginar que perdeu seu lugar para um rival porque não está agradando aos pais ou que não é mais importante como antes. A partir daí o irmão passa a ocupar o lugar de um rival”, explica Juliana Slaghenauf.
Viviane Scarpelo comenta que essas fantasias podem gerar ansiedade, angústia, medo e uma sensação constante de ameaça. Diante disso, a criança também poderá agir como se fosse um bebê, regredindo e querendo atenção só para ela, gerando problemas na escola, brigas freqüentes com outras crianças, respondendo agressivamente aos pais, se auto-agredindo etc. “É importante acompanhar a mudança do filho após a notícia da chegada do irmão. Não é superproteção, apenas um olhar mais atento para poder explicar e ajudar a criança a entender melhor seus próprios sentimentos.”
Além do ciúme, pode surgir também o sentimento de perda de atenção e rejeição e, em conseqüência disso, o pequenino pode começar a retrair-se, sofrer alterações na alimentação e no sono, chupar o dedo, voltar a fazer xixi na cama e até ficar doentinho.
É importante que os pais aprendam a lidar com os sentimentos do seu filho com naturalidade. “Aceitar os diferentes sentimentos da criança também é uma boa maneira de ajudá-la. Agora, falar para seu filho que ele não pode ter ciúme do irmãozinho pode gerar culpa e incoerência, pois a criança sente, mas não pode sentir. O mais indicado é explicar que o ciúme é natural e que na realidade a vinda do irmãozinho será algo bom”, recomenda Viviane Scarpelo.
“É fato que a atenção está dividida e a criança precisa aprender a lidar com esta nova realidade”, lembra Ana Camila Ramalho. “E se seu filho já for grandão, não ache que ele compreende a situação e por isso não vai sentir-se deixado de lado. Por essa razão, conversar com o seu anjinho é um boa pedida.”
Para Juliana Slaghenauf, a melhor forma de lidar com isso é dialogar com a criança mostrando que seu lugar não será substituído.
Além disso, “vale muito entreter ao máximo a criança nas atividades que envolvam os pais e o bebê para que o primogênito não se sinta de fora ou excluído”. Outro ponto importante ressaltado por Juliana: “evitar fazer comparações entre o pequenino e o bebê é um excelente remédio”.
Agora, se você se sente “culpada” por seu filhote estar vivendo essa confusão de sentimentos, nada de tentar compensá-lo com presentes, pois isso não vai resolver a situação. “A verdade é a melhor maneira de lidar com a situação, e isso inclui saber que a criança está brava ou chateada com você sim, mas que precisa aprender a lidar com os sentimentos, inclusive as contrariedades”, comenta Ana Camila Ramalho.

Carinho e atenção na dose certa
Nessa fase de sentimentos tão contraditórios, a criança necessita de atenção redobrada para sentir-se amada, já que em sua cabecinha aparecem fantasias do tipo “não sou mais querido pelos meus pais ou familiares” ou “fui abandonado”.
Por essas razões, é importante que, nesse momento, “os pais observem quando estão encantados pelo bebê e esquecem do mais velho”, afirma Juliana Slaghenauf.
Viviane Scarpelo recomenda que “os pais ajam com o filho como sempre agiram. Qualquer coisa em exagero é ruim, até mesmo amor demais ou superproteção”.
E devem ficar atentos, se a criança começar a apresentar sintomas de descontentamento, sentimento de ameaça, agressividade, solicitar a presença constante dos pais, apresentar dificuldade escolar etc.
Se isso acontecer, “os pais poderão conversar com o filho ou até mesmo buscar orientação de um psicólogo para que tanto eles como os filhos passem por essa fase com mais tranqüilidade”.

Para que o pequeno sinta-se mais confortável com essa situação, Ana Camila Ramalho recomenda “a ajuda de familiares e amigos para realizar atividades que não são possíveis para o casal no momento, como fazer passeios, já que o recém-nascido pouco sai de casa. Além disso, é essencial tentar não deixar de fazer aquelas coisas que ‘só a mamãe faz’, para alimentar o vínculo com a criança, que também se cria a partir de situações cotidianas”.
Contudo, ressalta que os pais devem tomar cuidado com as recompensas que querem dar ao filho por não ter mais tanto tempo para ele, principalmente quando ela for material, pois isso pode prejudicar o amadurecimento da criança. “Ela precisa vivenciar essas relações e sentimentos, e não pode entender que qualquer tristeza ou decepção se cura com bens materiais. Afinal, isso pode fazer com ela passe a exigir recompensas em outras situações que não as determinadas pelos pais.”
Enfim, administrar tudo isso nem sempre é fácil, mas com carinho e atenção na medida certa, seu anjinho vai compreender que ainda é amado e que a chegada do irmãozinho só tem a acrescentar na sua vidinha.

Informações do especialista:
Ana Camila Ramalho é formada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É pós-graduada em saúde mental na UNIFESP.
Consultório:
Rua Palestina, 341 – Vila Mascote – São Paulo – SP
Tel.: (11) 2503-5069
Estrada do Campo Limpo, 354 – sala 210 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 5511-7713

Juliana Silva Slaghenauf é formada em psicologia pela Universidade Ibirapuera. É pós-graduada em neuropsicologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Consultório:
Rua Otávio Tarquínio de Souza, 163 Campo Belo – São Paulo – SP
Tel.: (11) 8184-6408

Viviane Scarpelo é psicóloga formada pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). É especializada em psicoterapia de casal e família.
Consultório:
R. Frei Caneca, 1407 – cj. 210 – Cerqueira Cesar – SP
Tel.: (11) 3498-8955.