O desejo de toda mamãe é produzir o melhor leite do mundo para seu filhote. Mas como fazer isso?
Depende da mamãe
Segundo Joyce Gurgel Terra, pediatra e nutróloga, a qualidade do leite materno depende diretamente da alimentação materna. Ela explica o porquê citando um exemplo: “quando a mãe está em estado de desnutrição, a qualidade do leite pode ficar diminuída em termos de valores de proteína e principalmente gordura, mas isso só ocorre caso a mãe esteja doente mesmo. O que verdadeiramente é recomendado é que a dieta materna contenha fontes de proteínas, calorias, vitaminas e minerais em quantidades suficientes para assegurar a produção e a composição adequada de leite”.
Mitos sobre o leite materno
Existe um grande mito em torno do fato de que os alimentos consumidos pela mãe podem alterar o sabor do leite. A nutróloga explica que isso não ocorre, uma vez que “o leite materno é produzido nas glândulas mamárias e constituído de nutrientes balanceados e essenciais para o bebê, além de aproximadamente 45 tipos diferentes de fatores que contribuem para o seu crescimento, desenvolvimento e proteção contra doenças”.
Outro grande mito gira em torno do quanto a alimentação da mãe interfere no leite produzido, podendo causar cólicas no bebê. De acordo com Joyce Terra, “não existem alimentos que devem ser evitados pensando na composição do leite, mas existe sim a necessidade de a mãe ter uma alimentação saudável e ingerir líquidos em quantidade adequada para a produção de leite”.
Leite da melhor qualidade
Para que a mãe produza uma boa qualidade de leite, o primeiro passo é contar com uma alimentação adequada.
Mas a nutróloga destaca que “é importante saber que a qualidade do leite humano depende muito do estímulo da sucção e da liberação de hormônios maternos, para que seja continuamente produzido em quantidades adequadas de calorias e nutrientes”.
Para que esses hormônios sejam liberados, a mãe deve estar tranqüila, confiante e motivada, não deixando de lembrar que a criança deve ser colocada em posição (‘pega’) correta para a sucção. “Quando isso não ocorre, a parte do leite que tem mais gordura e que sacia a criança não sai, ficando guardada dentro da mama. Se em todas as mamadas isso ocorrer, o organismo entende que está ‘sobrando’ leite e, portanto, diminui sua produção.”
Por conta disso, é muito comum o nenê ficar irritado e chorar de fome, afinal, o leite que está sugando não o satisfaz por falta de gordura.
Nesse caso, a mamãe pode confundir a atitude como resultado de cólicas ou, até mesmo, perceber que o pequenino está com fome e ficar insegura e ansiosa, achando que o leite é fraco ou insuficiente, tornando isso um círculo vicioso, com prejuízo da lactação e amamentação.
A pediatra lembra que “as orientações sobre a amamentação devem ser iniciadas na gravidez e estendidas ao pai e familiares para que todos apóiem e ajudem, tornando esse ato um momento de tranqüilidade para o bebê e para a mãe”.
O segredo do leite ideal está no prato da mamãe
A dica principal para as mamães que estão na fase de aleitamento materno é manter uma alimentação saudável, com uma dieta balanceada, comendo de tudo um pouco e sem exageros, não deixando faltar no prato carboidratos (pães, massas, batata), proteínas (carnes, ovos, leite e derivados), gorduras (sempre dando preferência aos óleos vegetais), fibras (cereais integrais), hortaliças e frutas, que vão garantir o aporte de vitaminas e minerais que você e seu filho necessitam.
Ah, também é importante lembrar que a lactante deve comer a cada três horas e consumir entre 500 e 700 calorias a mais do que estava acostumada a ingerir antes de engravidar. Mas fique tranqüila, isso não vai fazê-la engordar, já que as mamadas consomem cerca de 500 calorias por dia!
Agora que você descobriu que a qualidade do leite do seu pequenino depende diretamente do que você come, mais atenção ao que vai no seu prato, hein?!
Detalhes sobre o leite!
A nutróloga acha importante ressaltar que o leite humano não é sempre igual, ou seja, depende do período em que se inicia a amamentação. “Logo que o bebê nasce, o leite é mais ‘aguado’ e chama-se colostro, porque existe a necessidade de maior quantidade de proteínas e outras substâncias para o desenvolvimento da criança, mas sempre é um leite muito rico. Depois, ele fica mais esbranquiçado e até amarelado, dependendo da quantidade de gordura e das necessidades para auxiliar no crescimento e no desenvolvimento.”
Portanto, não existe relação da cor com a qualidade do leite, pois ele é produzido em quantidades adequadas de nutrientes para as necessidades da criança.
Informações do especialista:
Joyce Gurgel Terra é formada em medicina pela Faculdade de Medicina de Taubaté e em pediatria pela Faculdade de Medicina de Marília. É especializada em nutrologia e intensivista pediátrica e neonatal.
Consultório:
Citen – Centro Integrado de Terapia Nutricional
Rua Vergueiro, 2564, cj.63/64 – Vila Mariana – São Paulo
Tel.: 11 5579-1561
Nossa, eu me lembrei que tomei garapa de rapadura pra aumentar o leite e manter a produção, mas descobri depois que isso é crendice.
ResponderExcluirEntratanto segui uma rcomendação médica de evitar chocolates, comidas muito gordurosas e refrigerantes, que a gente sabe qua não faz bem a ninguém, só não consegui evitar o café, mas diminui bastante.
Também ouvi muito isso de "seu leite é fraco", acho essa uma frase terrível, pois traz insegurança pra mãe, o que pode levá-la a recorrer à formulas pra alimentar o bebê, mas, o pior é ouvir isso de profissionais da área e da família!!
Obrigada pelas dicas, já não amamento mais, mas sou uma motivadora da amamentação!!
Beijocas,
Aretusa, mamãe da Doce Sophia