quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cordão da Vida

Por: Vanessa Cicatti
A cada dia mais pais optam por coletar o sangue do cordão umbilical do bebê para deixá-lo conservado. Mas pra que tudo isso?

O motivo é bem simples: para garantir que, caso necessário, no futuro, a criança tenha a chance de curar algumas doenças que requerem transplante.
E se você pudesse evitar que seu filho ficasse na fila à espera de um doador, não faria o mesmo?

Um gesto simples a favor da vida
Embora você já tenha ouvido falar sobre pessoas que conservam o sangue do cordão umbilical de seus filhos, alguma vez se perguntou qual a validade disso? Ora, o simples ato de coletar as células-troncos contidas no sangue do cordão umbilical do bebê é uma espécie de seguro para os pais que pensam no futuro e querem garantir a saúde de seu filho.

Sabe por quê?
Porque esse procedimento é uma maneira segura e cheia de benefícios para evitar alguns problemas de saúde no futuro, já que as células-troncos armazenadas são 100% compatíveis com o receptor, e, caso haja a necessidade de um transplante, sua disponibilidade é imediata e seu armazenamento é por tempo indeterminado.


Além disso, sua coleta não é invasiva, isto é, não afeta o bebê ou a mãe, e como grande fator de vantagem tem disponibilidade imediata, pois se houver necessidade de um transplante não dependerá de se localizar um doador compatível.


As células-troncos do sangue do cordão umbilical têm uma atividade oito vezes maior que as células-troncos do adulto retiradas da medula óssea, o que as tornam ainda mais importantes no caso de algum problema de saúde. Segundo Carlos Alexandre Ayoub, as células-troncos podem ser usadas para recuperar doenças derivadas do sangue, tais como as leucemias e as demais anemias.

O pediatra comenta que essa técnica revolucionária, também chamada de terapia celular, está em fase de pesquisa e, em breve, poder· ser usada para tratar outras doenças, como a diabetes tipo I, a insuficiência cardíaca, o infarto e a doença de Chagas, o traumatismo de medula, o Alzheimer e o Parkinson, entre outras.

Atualmente, também são realizados tratamentos estéticos e transplante de córnea com a utilização das células-troncos, além de reposição de tecidos lesados por quimioterapia ou radioterapia.
Fácil e indolor O que é muito legal nesse procedimento é que ele é fácil e indolor. A coleta é realizada na maternidade em apenas cinco minutos, no momento do nascimento do bebê. Não há qualquer contato físico com o nenê ou com a mãe, e não interfere no procedimento do parto, quer seja normal ou cesárea, explica o pediatra.

Chegada a hora do nascimento da criança, a empresa responsável é chamada e uma enfermeira especializada se dirige ao hospital junto com o médico na hora do parto. No momento em que o médico corta o corão umbilical, a enfermeira, paramentada e usando material próprio, punciona o cordão umbilical com a placenta ainda intra-útero e retira todo o sangue nele contido, transferindo-o para uma bolsa coletora especial. Quando a placenta é eliminada, puncionamos em sua base para tentar coletar ainda mais esse sangue, que é rico em células-troncos.

Esse sangue é enviado para a sede da empresa, onde ser· processado, e apenas as células-troncos serão acondicionadas em bolsa criogênica, com um líquido protetor.
Por meio de um processo pré-programado, essas células são congeladas e armazenadas em nitrogênio líquido que sempre se mantém a -196 graus Celsius.

A criopreservação das células-troncos é feita em contêineres abastecidos com nitrogênio líquido, que faz com que essas células possam ficar infinitamente armazenadas e, quando for necessária sua utilização, elas estejam em perfeitas condições, independente do tempo de armazenamento.
O pediatra finaliza afirmando que é importante ressaltar que a compatibilidade destas células com os pais e irmãos é muito alta, por essa razão, cada vez mais pessoas adotam esse procedimento.

Afinal, um simples gesto como este pode salvar a vida do seu filhote!


Informações do especialista: Carlos Alexandre Ayoub é formado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. É pediatra, diretor clínico do Pronto-Atendimento Pediátrico e diretor responsável do Centro de Criogenia Brasil. Consultório: Avenida Brasil, 332 – Jardim América – São Paulo – SP Tel.: (11) 3057-0510

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