Por: Vanessa Cicatti
Falar sobre a importância do vínculo e do carinho entre a mãe e o bebê parece óbvio demais. E você, mamãe, sabe o quanto influencia no desenvolvimento do seu filho? Se faz ideia do quanto isso é importante, talvez também já tenha notado que uma das ferramentas mais eficazes e prazerozas para estimular essa ligação é o toque.
E a shantala é a opção ideal para fortalecer ainda mais sua ligação com o nenê. Vamos aprender juntos um pouco mais sobre isso?
Criando laços
Antes de falarmos diretamente da shantala, vamos entender um pouco melhor a importância do toque para o fortalecimento do vínculo mãe-bebê. Quem vai nos ajudar nessa lição é a fisioterapeuta Deborah Supino, que começa nos explicando que do mesmo jeito que o bebê precisa que o seu ventre seja nutrido (através do leite), a sua pele também o necessita.
Ao ser delicadamente tocada, acariciada, carregada, aconchegada, confortada e ao receber as verbalizações carinhosas típicas para bebês, a criança aprende a tocar delicadamente, a acariciar, a aconchegar, a confortar e a emitir as mesmas verbalizações e a amar o outro. Tudo isso é comunicado ao bebê por meio da pele, nos primeiros meses da sua vida, e gradualmente reforçado pela alimentação, sons e pistas visuais, à medida que se desenvolve.
A especialista explica que a prioridade das primeiras percepções do bebê sobre sua realidade é realizada pela pele. Sendo assim, as mensagens que ele recebe por meio de tal órgão precisam ser tranquilizadoras, reconfortantes e agradáveis para que ele possa vingar. Todo esse primeiro contato de toque, de pele, fortalece cada vez mais esse vínculo da mãe com o seu filho, pois nesses momentos ela não está apenas tocando o nenê, mas olhando em seus olhos, sorrindo e conversando com ele e, tudo isso, é captado, interiorizado e exteriorizado pelo bebê.
Amor em forma de toque
Com certeza você já ouviu falar da shantala, uma massagem especial para bebês. Mas sabe bem o que é isso? A fisioterapeuta explica que a shantala é uma teecnica de massagem indiana milenar que é realizada em bebês pelas suas mães. Diferentemente das massagens realizadas em adultos, que trabalham os músculos do corpo, a shantala consiste em uma massagem sensorial e sua prática é recomendada após o primeiro mês de vida do baixinho.
A massagem estabelece um contato maior entre mãe e filho a fim de aproximar os dois e, consequentemente, facilitar a relação do pequeno ser com o mundo, resultando num melhor desenvolvimento físico e mental, afirma Deborah Supino.
A ciência afirma que bebês que recebem massagens regularmente dormem mais e melhor, choram menos, ganham peso com mais facilidade, têm menos crises de apneia e problemas pulmonares, apresentam menor nível de hormônios relacionados ao estresse, mostram-se mais extrovertidos e menos agressivos.
Uma longa lista de benefícios, né? Mas tem mais. Segundo a fisioterapeuta, além de melhorar o vínculo mãe/bebê, a shantala promove o relaxamento e o bem-estar da criança; elimina gases, trazendo assim o alívio das cólicas; melhora o padrão do sono; desenvolve a confiança, a atenção ao próprio corpo; acalma, restabelecendo o equilíbrio emocional da criança; bem como aumenta a resistÍncia a doenças.
Detalhes para fortalecer vínculos
Para a aplicação da shantala no baixinho é necessário preparar alguns detalhes. Deborah Supino comenta que para aplicar a massagem no bebê, é necessário apenas um óleo adequado para pele de bebês e duas toalhas de banho para o posicionamento da criança em seu colo.
Além disso é preciso um ambiente calmo, acolhedor e quentinho, pois o nenê ficará totalmente despido. Depois de ajeitar essas coisinhas, basta colocar uma música bem baixinha e curtir esse intenso momento ao lado do seu filhote! A fisioterapeuta também lembra que não existe um horário específico para a realização da shantala.
O momento ideal é aquele que for melhor para a mãe e para o filho, mas é recomendável a realização da shantala pouco antes do banho do bebê, pois além de remover o excesso de óleo, o banho vai relaxar as áreas não trabalhadas durante a massagem e o movimento da água remete à vida intrauterina, o que acalma o pequeno.
Um detalhe bastante importante para as mamães que vão adotar essa prática: não existe um tempo predeterminado para a aplicação da shantala. Deixe-se fluir por este embalo, por essa ARTE de DAR AMOR! Quem vai ditar o tempo é o seu filho! Deborah Supino comenta que pode ser que nas primeiras vezes, a massagem seja mais curta por ser uma novidade para a criança que ainda estar· se adaptando a esse novo estímulo. Sendo assim, se o pequeno se incomodar com algum movimento, passe para o próximo.
Gradualmente, vá aumentando este tempo, conforme ele for se acostumando. Numa média, no início a shantala pode durar cerca de 10 minutos e aumentar para 20, 30 minutos. Se ele aguentar 40 minutos será maravilhoso!
Diante de tantos benefÌcios o que você está esperando?
Informações do especialista: Deborah Supino é formada em fisioterapia pela Universidade Paulista e em Reeducação Postural Global (RPG) pelo Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Estado de São Paulo (Sinfito-SP), atualmente faz especialização em psicologia Junguiana com abordagem corporal. Desde 2003 trabalha com mobilização neural e técnicas osteopáticas. Também ministra cursos de shantala e desenvolve projeto aliando o corpo e a escuta terapêutica.
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