quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chupar o dedo, o que isso tem a ver?


São muitos os casos de “chupadores de dedo” crianças e até adultos que chegam ao consultório fonoaudiológico.

Este hábito, às vezes até ensinado e incentivado pelos pais no início da vida, traz com frequência repercussões que acompanham a pessoa até a vida adulta no que se refere à fala, musculatura orofacial e posicionamento de dentes e arcadas dentárias. A famosa mordida aberta, facilmente identificável nos sugadores de dedo, traz associadas alterações importantes na musculatura da língua, lábios e bochechas, dificuldades de postura desses órgãos usados para a produção da fala e também no que concerne às funções de respiração, deglutição e mastigação.

Não podemos esquecer a associação desse hábito ao aspecto emocional e ambiental, já que, muitas vezes, para interrompê-lo é necessário trabalhar com a família e com a própria criança, ou paciente adulto, as causas e não somente o sintoma que se revela por meio da sucção do dedo.

Este trabalho e, no meu entender, todos os trabalhos com seres humanos, deve ser realizado a partir da compreensão da pessoa como um ser integral, na participação dos aspectos físico, cognitivo, emocional, ambiental, social, cultural etc. Somente por meio dessa forma de trabalho é que podemos não somente cessar o aparecimento do sintoma, mas também prevenir o aparecimento de outros, já que trabalhando a causa não há manifestação sintomática.

Contudo, mesmo após o trabalho causal, faz-se necessário atuar nas sequelas, ou seja com as alterações que ocorreram na presença do hábito de sucção. Sendo assim, muitas vezes é preciso trabalhar com exercícios específicos pra restaurar o tônus muscular, a mobilidade das estruturas, a sensibilidade, além de instaurar e automatizar padrões novos e mais adequados de fala, postura, respiração, mastigação e deglutição, o que é feito por um profissional fonoaudiólogo que fará uma avaliação detalhada de cada caso e realizará os procedimentos terapêuticos com o paciente, fornecendo as orientações e encaminhamentos necessários à família.

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